Assange ainda tem longa batalha
17/08/12 18:55Julian Assange, fundador do WikiLeaks, talvez visse a decisão do governo equatoriano em conceder asilo diplomático como o final feliz de seus percalços com a Justiça britânica (com a da Suécia também).
Nada está mais longe da verdade do que isso. A concessão do asilo pelo governo equatoriano veio em ambiente cheio de tensão, adicionando animosidade diplomática entre o país latino-americano e o Reino Unido à história de Assange.
Os britânicos já declararam que não emitirão um salvo-conduto para o ativista australiano chegar a Quito, o que significa que continuará vivendo na embaixada do Equador até que a situação seja resolvida. Assange está no prédio desde 19 de junho, quando se refugiou para evitar a iminente extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.
Imaginei que, durante os quase 60 dias até a decisão do governo de Rafael Correa ser anunciada, os governos pudessem chegar a um consenso, mas isso também passou longe de acontecer.
Sem que alguém ceda, Assange só vai se enfraquecer. Os manifestantes, que também apareceram em frente ao prédio nos dias iniciais em que se refugiou, logo escassearão, assim como a cobertura noticiosa do caso.
O australiano prometeu para este domingo um pronunciamento, o primeiro desde que entrou na embaixada. O que acontecerá? Por enquanto, Assange ainda tem longa batalha a percorrer.