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Rodrigo Russo

Política, economia e cultura na Europa

Perfil Formado em direito pela USP e em jornalismo pela Cásper Líbero, é correspondente em Londres

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Lições sobre entrevistas na TV

Por Rodrigo Russo
16/03/12 11:49

Depois do lançamento de “Frost/Nixon”, filme sobre a célebre entrevista de David Frost com Richard Nixon, depois de este deixar a Presidência dos Estados Unidos, o nome do entrevistador passou a ser mais conhecido no Brasil.

O filme retrata Frost, nos anos 1970, como um jovem disposto a pegar Nixon no contrapé, mas com uma alma de celebridade e duas sessões iniciais de conversa medíocres, deixando o ex-presidente muito satisfeito com o pagamento que recebera pela entrevista. Só na última sessão é que vem o grande momento, com Nixon desconcertado.

Pois ontem à noite, zapeando pelos canais de TV, me deparei com um interessante programa, de uma hora de duração, apresentado por Frost, hoje um “sir” britânico, chamado “Frost on Interviews”. 

Exibido pela BBC Four, é uma análise de como as entrevistas televisivas mudaram de 1950 até os dias de hoje, e mostra momentos marcantes da programação britânica, de Francis Bacon bêbado durante um almoço, declarando-se um otimista sobre nada, até Muhammad Ali em três fases de sua carreira, na última já bastante abalado pelas pancadas.

Interessante notar como houve a profissionalização dos entrevistados, quase todos agora com assessorias de imprensa e de relações públicas que os treinam a evitar as perguntas importantes, a gastar o tempo com subterfúgios e que negociam os temas que podem ser abordados pelos entrevistadores. Uma saída com categoria é fazer como o programa mostrou: colocar no início da entrevista todas essas condições, para que o público também fique a par de suas restrições.

Fiquei pensando em como são diferentes nossos programas de entrevistas dos que são exibidos aqui. Para as atrações brasileiras, parece que mais vale o ar de intimidade com o político e/ou celebridade, um jogo cordial; aqui, o foco é intimidação, tirar o entrevistado de sua zona de tranquilidade, ser incisivo.

Frost, no fim, resume: uma boa entrevista não é sobre suas perguntas, mas sobre as respostas que elas geram, a conversa precisa de ritmo e, mais importante, se os assessores não ficarem insatisfeitos, não houve uma boa entrevista.

 

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Comentários

  1. Sérgio comentou em 17/03/12 at 18:27

    Pefeito. E lembrando que por aqui quando algum jornalista sai do padrão baba ovo um certo entrevistado/candidato, que está sempre zanzando por aí, pede a sua cabeça. E o pior é que é prontamente atendido.

  2. Insider comentou em 16/03/12 at 14:17

    O link para o “Frost on Interviews” nos leva a um site da BBC desgraçadamente bloqueado a quem está fora da GB.
    Decepcionante.

    • Rodrigo Russo comentou em 16/03/12 at 14:57

      Que pena que está bloqueado…

      Já que esse link não funciona, aqui vai um vídeo do YouTube em que o David Frost é entrevistado sobre entrevistas: http://www.youtube.com/watch?v=Ny9ffWJwvLI

      Obrigado pela informação,

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