O drama da Grécia continua
23/02/12 19:27Enganou-se quem previa que o encontro dos ministros de Finanças da zona do euro, na segunda-feira, dia 20, fosse o fim do drama grego.
Para enfim receber o empréstimo de 130 bilhões de euros do Banco Central Europeu, da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, o Parlamento da Grécia precisa aprovar até o fim do mês -ou seja, quarta-feira que vem- a legislação para implementar as medidas de austeridade com as quais já concordou.
Um passo importante foi dado hoje, quando foram aprovados os termos do acordo com os credores do setor privado. Com isso, a Grécia terá o perdão voluntário (era perder algum dinheiro ou não receber dinheiro algum, para os credores) de 107 bilhões de euros de sua dívida.
Analistas, contudo, já duvidam da eficácia do acordo e do empréstimo no longo prazo, ou mesmo para este ano. Algumas pessoas com quem conversei em Atenas na semana passada me disseram que, em junho ou julho, quando dados sobre o início do ano estiverem disponíveis, deve haver nova explosão social.
Em abril, o país terá eleições legislativas. Os partidos socialista e conservador, que apoiam o governo de Lucas Papademos, veem seu apoio diminuir cada vez mais nas pesquisas de intenção de voto. O cenário de um partido conseguir maioria para governar sozinho é cada vez mais improvável. Mesmo a esquerda, que capitaliza popularidade após as medidas de austeridade, é muito fragmentada para se unir em torno de um projeto.
Antes disso, do jeito que as coisas andam, é preciso ver se os credores privados vão mesmo aderir voluntariamente ao acordo que negociaram.
Os próximos dias e meses, portanto, continuarão agitados.
Infelizmente isso parece tudo manobra da União Europeia. Os banqueiros poderiam resolver isso se quisessem. Sem falar que esse assunto requentado (desculpe dizer isso), tem servido para tirar o foco do que realmente está acontecendo de importante: a tensão nuclear no oriente médio. Isso sim vai mexer com o mundo todo. Acho que a mídia tem falhado muito nisso. Mas já era esperado. As corporações e interesses para quem a maioria dos veículos trabalha, sempre vai tentar desviar o foco.
Agora quero saber a opinião do Rodrigo Grego, que a do Russo é tendenciosa.